FAÇA INVESTIMENTOS FORA DO CIRCUITO BANCÁRIO

 

Eai, como andam seus investimentos? Você já tem uma boa reserva de emergência para eventualidades? Onde estão os recursos que irão financiar seu plano de aposentadoria financeira no futuro?

Mercado de Investimentos

investimentos1000x600No Brasil, de um modo geral, é possível dividir as instituições financeiras em duas categorias básicas: as que cobram caro para gerenciar seus investimentos, por meio de pesadas taxas de administração nos seus fundos de investimentos, ou tarifas caras para investimentos em ações e Tesouro Direto; e as que cobram valores menores, pelos mesmos produtos e serviços financeiros acima enumerados.

Grosso modo, pode-se dizer que fazem parte da primeira categoria os grandes bancos de varejo, ao passo que pertencem à segunda categoria os bancos médios e pequenos, bem como as corretoras de valores independentes.

Qual é o problema dessa divisão?

Nenhum. Cada instituição financeira é livre para cobrar o valor que quiser pelos serviços e produtos oferecidos, respeitadas, lógico, as normas vigentes.

O problema não está nas instituições financeiras em si, mas sim na atitude do investidor perante elas, atitude essa que depende, basicamente, do grau de educação financeira que ela possui.

Dito em outros termos: pessoas menos esclarecidas, que não se preocupam em economizar, vivem “penduradas no cheque especial”, e organizam mal suas finanças (se é que organizam), tendem a demonstrar um grau muito baixo de instrução financeira.

A consequência inevitável de tal tipo de comportamento é que elas acabam optando, seja por desconhecimento de alternativas mais rentáveis, seja por falta de vontade, por concentrar seus investimentos nos bancos em que têm conta, pagando mais caro por meio de taxas de administração elevadas nos fundos de investimentos, e tarifas mais pesadas para investimentos em Tesouro Direto e ações.

 O resultado financeiro de tal comodismo é que a rentabilidade de suas aplicações será bem menor do que se estivesse investindo o mesmo dinheiro em produtos oferecidos por bancos médios e pequenos, ou por corretoras independentes.

A lógica que está por trás do custo mais alto das aplicações financeiras oferecidas pelos bancos é simples: como eles não precisam do seu dinheiro para se capitalizarem, e tendo em vista que já possuem uma base de clientes bastante grande, que os remunera, basicamente, por meio da arrecadação de tarifas e valores pagos a títulos de produtos e serviços os mais variados (cheque especial, títulos de capitalização, créditos de toda a sorte etc.), eles não precisam se preocupar em oferecer fundos de investimento com taxas de administração mais baixas, ou mesmo tarifas mais baratas para operação com ações e Tesouro Direto.

 Já nas corretoras de valores a situação muda de figura: como a base de clientes deles é menor, eles precisam oferecer “algo a mais” para atrair clientela, e esse “algo a mais” é representado justamente por menores taxas e tarifas praticadas na hora de você aplicar seu dinheiro.

Investir fora do circuito bancário

 “Mas Guilherme, é seguro fazer investimentos fora do banco onde tenho conta-corrente?”

Respondo afirmativamente, que sim, é seguro, desde que você se certifique de que a instituição financeira que oferece preços mais baixos é autorizada a funcionar pelo Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários.

Outra garantia importante, especificamente no caso de CDBs e Letras de Crédito Imobiliário, dentre alguns outros tipos de investimento, é a proteção dada pelo Fundo Garantidor de Créditos para aplicações de até R$ 70 mil por CPF. Isso é, caso o banco quebre, você ainda tem garantida a possibilidade de resgatar até R$ 70 mil em aplicações financeiras.

Fuja das instituições que prometem rentabilidades mirabolantes e fórmulas mágicas para enriquecer. Isso não existe. Se existe, em quase todos os casos, é ilegal, está fora da lei, e você corre um risco exagerado de perder um patrimônio que acumulou graças a muito suor e trabalho.

Investir em ações e Tesouro Direto

Já no caso de investimentos em ações e Tesouro Direto a situação é mais tranquila, uma vez que as corretoras funcionam apenas como intermediárias.

Como as ações e os títulos do Tesouro Direto estão custodiados em outros locais, e não “pertencem”, digamos assim, às corretoras, mesmo no caso de quebra de alguma delas, e ainda que o valor aplicado seja superior a R$ 70 mil, basta solicitar a transferência da custódia para outra corretora. Não há segredos.

Enfim, é preciso deixar o comodismo de lado, e fazer valer a economia proporcionada pela competição de mercado.

Procure diversificar suas aplicações também sob o aspecto do agente responsável pela custódia e administração de seus investimentos, escolhendo corretoras e bancos fora do “grande circuito bancário”.

Você só tem a ganhar. E seu bolso agradece.

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Guilherme é autor do blog Valores Reais –colaborador no blog Educar Finanças, no Aquela Passagem e moderador dos fóruns PDA Brasil e Clube do Pai Rico.